Cidades 07/01/2020 16:05
Comécio e turismo não querem tombamento do Hotel
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio RN), Marcelo Queiroz, veio a público nesta terça, 7, para reiterar o pedido já feito à governadora Fátima Bezerra de que não permita o tombamento das ruínas do antigo Hotel Reis Magos, localizadas na orla urbana de Natal.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio RN), Marcelo Queiroz, veio a público nesta terça, 7, para reiterar o pedido já feito à governadora Fátima Bezerra de que não permita o tombamento das ruínas do antigo Hotel Reis Magos, localizadas na orla urbana de Natal.
A decisão pelo tombamento ou não está nas mãos da governadora que, segundo informações oficiais, aguarda um parecer da Procuradoria Geral do Estado.
“Tombar estas ruínas seria um enorme retrocesso para a nossa cidade. Além de criar uma potencial demanda judicial entre o Estado e os atuais proprietários da área, travando de vez investimentos que poderiam começar a ajudar a alavancar aquela parte da cidade dos pontos de vista econômico e social, um eventual tombamento também poderia levar os cofres públicos a arcar com altos custos para a recuperação de uma estrutura cujo valor histórico já foi rechaçado, inclusive, pelos conselhos estadual e municipal de Cultura. Esperamos, ansiosos, que a governadora Fátima Bezerra, que tem demostrado tanta sensibilidade quanto aos pleitos que envolvem o desenvolvimento econômico e social, reconheça isso e descarte de uma vez esta possibilidade”, afirma Marcelo Queiroz.
O presidente da Fecomércio ainda pontua os enormes riscos que a insegurança jurídica que um eventual tombamento traria para o estado do RN como um todo.
“Quando a área foi adquirida, ela estava completamente liberada para ser limpa e reutilizada. Tombar agora aquelas ruínas é mudar as regras com o jogo em andamento, um movimento que gera um nível de desconfiança que afasta inapelavelmente futuros novos investidores”, diz ele.
O sentimento do presidente da Fecomércio RN é endossado por vários representantes do segmento turístico potiguar, além de especialistas em patrimônio cultural e histórico.
Empresário do setor de receptivo há mais de vinte anos, George Costa é um deles. “Eu vejo as ruínas do Hotel Reis Magos como o maior ícone da decadência pela qual passa a orla turística de Natal. Aquela é uma área privada, cujo uso deveria ser definido única e exclusiva mente pelo seu proprietário, até porque, após diversos debates, inclusive jurídicos, em conselhos de cultura e de turismo, e mesmo em discussões públicas, ficou muito claro que não há nas ruínas nenhum valor histórico ou cultural que justifique um eventual tombamento. O surgimento de um novo empreendimento ali, dentro das regras urbanísticas da cidade, tem o poder de transformar fortemente aquela parte da cidade. E hoje Natal e o turismo do RN precisam, urgentemente, de novidades que possam elevar o nível de interesse da cidade como produto turístico”, declara Costa, destacando a indiscutível relevância da atividade turística para a economia do estado.
O hoteleiro e vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH RN), Abdon Gosson, é ainda mais contundente.
“Este é um assunto que já deveria ter sido resolvido há muito tempo. É inadmissível que mantenhamos aquelas ruínas em uma praia urbana de nossa cidade, expondo a decadência daquela região e contribuindo para manter a orla de Natal como uma das mais feias, talvez a mais feia, do Nordeste. Precisamos urgentemente ocupar aquele espaço com um novo projeto turístico que ajude a revitalizar aquela região, gerando emprego e renda. Falo isso, tenho certeza, não apenas como empreendedor do segmento turístico, há mais de quatro décadas, mas, também, como cidadão potiguar. Tenho absoluta certeza de que a maioria dos potiguares é contra este tombamento e se alinha com este meu pensamento”, disse.
George Gosson, um dos maiores e mais atuantes hoteleiros do estado, também faz críticas duras a um eventual tombamento. “As ruínas dos Reis Magos são um ícone da insegurança jurídica e da ineficiência da resolução de conflitos em nosso Estado. Legislações mal elaboradas, superposições de competências de órgãos fiscalizadores (neste caso, são três órgãos responsáveis pelo patrimônio histórico) e a morosidade da justiça para resolução de impasses como este são fatores deletérios à atividade empreendedora e à livre iniciativa”, diz ele.
Fonte: Assessoria
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